terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Importância dos Pensamentos


















Você já experimentou silenciar, fechar os seus olhos, aquietar e tentar ficar sem pensar em nada?

Certamente se você já tentou fazer essa experiência acabou por concluir que essa é uma tarefa praticamente impossível, pois, o nosso pensamento não para nunca. Não temos ainda a capacidade de deter essa força criadora, mas sim, podemos dirigi-la para onde desejarmos, pois temos para isso o livre-arbítrio. Na condição de criaturas livres, ninguém pode dirigir os nossos pensamentos, senão, nós próprios.

Tudo o que falamos ou fazemos é manifestação exterior daquilo que pensamos. O pensamento é o começo, a matriz de todas as nossas palavras, boas ou más, de todos os nossos atos, bons ou maus. Por isso, Jesus, resumindo o mundo interior, o íntimo de cada pessoa, na palavra “coração”, ensinou: “... pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” (Mt, 12: 34).

Quando pensamos, emitimos ondas mentais como se fôssemos uma estação radiofônica. Essas ondas mentais vão ser captadas por outras criaturas, encarnadas ou desencarnadas, que tenham pensamentos iguais ou semelhantes aos nossos, estabelecendo-se, assim, uma ligação, uma sintonia, entre nós e os outros, de acordo com a lei de afinidade.

Do mesmo modo, quando alguém, encarnado ou desencarnado, pensa em algo em que pensamos, nós recebemos também, por nossa vez, a influência dessa criatura. Assim, vamos formando o nosso círculo de relacionamento, cujas características – boas ou más – estarão intimamente ligadas ao tipo de pensamento que sustentamos dentro de nossa cabeça. Não adianta dizer que queremos a companhia dos bons Espíritos apenas da boca para fora e alimentarmos pensamentos que se afinizam com Espíritos maus. Não podemos iludir a lei de afinidade com as nossas palavras, pois ela funciona não com base em palavras, mas com base nas vibrações mentais.

Todos os nossos atos, por mais espontâneos ou impensados que nos pareçam, refletem o nosso mundo interior, os nossos pensamentos habituais. Assim, quando uma pessoa fala um palavrão, ou usa uma palavra agressiva, esse palavrão ou essa palavra infeliz não é criação daquele instante. É produto que já estava armazenado no nosso arquivo mental, que sai nos momentos de descontrole. Nos momentos de nervosismo, de impaciência ou de raiva, usamos o material mental que temos à nossa disposição. São palavras que ainda mantemos em nossa mente, por achá-las interessantes, engraçadas ou modernas, embora não tenhamos coragem de repeti-las nos momentos de calma. Não são emprestadas de ninguém, são palavras nas quais pensamos, sem um esforço de repeli-las. Se não estamos acostumados a usá-las nos momentos de calma, oralmente, pelo menos as usamos mentalmente.

Assim também, os atos agressivos. Uma agressão física só pode partir de uma pessoa que ainda abriga a violência dentro de si, através de pensamentos de violência, de briga, de revolta, de vingança, etc. Uma pessoa que vive mentalmente a violência, suprindo sempre seu íntimo com filmes, leituras, conversas, pensando em agredir, quando perde o controle habitual, por uma circunstância qualquer, acaba agredindo mesmo. Antes da agressão física há sempre uma agressão mental.

Desse modo, em reconhecendo o poder do pensamento, a criatura que desejar progredir espiritualmente deve buscar educá-lo, dirigi-lo para o Bem, pois quem pensa no Bem, fala com equilíbrio e age com acerto.

Se quisermos realmente promover o nosso progresso espiritual, devemos ser honestos conosco próprios, buscando verificar, corajosamente, os vários tipos de pensamentos que abrigamos em nossas mentes. Não é possível um real aprimoramento na nossa maneira de falar e de agir sem uma reformulação, para melhor, no nosso campo mental, ou seja, no nosso pensamento.














E como renovar o nosso campo mental? Como aprimorá-lo? Cuidando daquilo que entra na nossa cabeça, através dos olhos, dos ouvidos, ou seja, das leituras, dos filmes, das conversas, etc. Por isso, devemos selecionar a nossa leitura, os filmes que vemos, as conversas que mantemos, o tipo de anedota que nos atrai, pois tudo isso vai influenciar o nosso pensamento. Porém, mais do que observar o que nos vem de fora, é necessário observarmos o que guardamos em nossa mente. É claro que muitas vezes não podemos deixar de ver uma cena, ou de ouvir um palavrão ou uma anedota menos feliz. Aí é o momento de fazermos a seleção daquilo que nos é oferecido e verificarmos o que nos interessa guardar ou rejeitar. Às vezes é difícil esquecermos de pronto aquela palavra ou expressão que até achamos engraçada no primeiro momento em que ouvimos. Mas, se realmente queremos progredir, devemos fazer esforços para jogar fora esse lixo mental, recorrendo, se preciso à prece.

Foi por esse motivo que Jesus, o nosso Mestre, nos recomendou "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação". O Mestre está, com essas palavras, advertindo-nos para que busquemos aprimorar, aperfeiçoar, o nosso pensamento, aquilo que estamos guardando dentro de nós, de vez que a tentação não vem de fora. O que vem de fora é a resposta das mensagens mentais que emitimos quando pensamos. Se pensamos o bem, entramos em sintonia com bons Espíritos, encarnados ou desencarnados. Se pensarmos o mal, estaremos convidando Espíritos ligados ao mal a virem até nós. Como não podemos parar de pensar, conforme verificamos no início do nosso estudo, o jeito é selecionarmos os pensamentos, se quisermos progredir.

Além desses aspectos psicológicos e morais, há aqueles de natureza material. O pensamento influi diretamente na saúde física. Quantas pessoas freqüentam em vão consultórios médicos em busca da cura de males físicos, cujas raízes estão no próprio pensamento. Todos os estados mentais negativos influem perniciosamente sobre a saúde do corpo físico. Conscientes disso, devemos evitar os pensamentos de cólera, ódio, angústia, revolta, mágoa, ansiedade, etc., em nosso próprio benefício.

Em reconhecendo a força criadora do pensamento, com possibilidades inimagináveis de realização, com possibilidade de influenciar o campo mental do nosso próximo e a nossa própria saúde física, resta-nos o dever de nos esforçarmos continuamente no sentido de vigiarmos o nosso pensamento, encaminhando-o sempre para o Bem.



Texto adaptado da apostila de Evangelização Espírita CVDEE- Tema: "O Pensamento - Força Criadora".

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