quarta-feira, 4 de agosto de 2010

“Francisco de Assis, o Irmão Sol”



















Era o mês de setembro do ano de 1811 e o outono começava na cidade de Assis, no centro da Itália quando nasceu Francisco Bernadone, filho de um nobre e ambicioso comerciante de tecidos chamado Pietro e uma mulher muito caridosa e religiosa.

Francisco desde cedo aprendeu com a sua mãe sobre os valores das coisas espirituais. Ele sabia orar e gostava de ir à igreja, onde admirava com entusiasmo as imagens de Jesus e de sua mãe Maria; era lá também, que ele aprendia as primeiras lições do evangelho.

Sr. Pietro, como a maioria dos nobres daquela época, sonhava em ver o filho crescido e laureado com títulos de nobreza. Aqueles eram tempos de conflitos entre os senhores feudais, “os donos das terras”, e os comunas “pessoas simples que habitavam os povoados”. Com o tempo Francisco foi crescendo e seu pai o preparava para que fosse um guerreiro e tentasse as honras militares, mas apesar de toda aquela empolgação ele sentia que aquele não era o seu verdadeiro destino.

Francisco era médium e a vida espiritual lhe apontava para outros rumos. Freqüentemente o seu mentor espiritual conduzia-o em sonhos às zonas de sofrimento, onde os espíritos infelizes guerreavam entre si e lá ele presenciava cenas que deixava-o muito entristecido e aterrorizado. Foi assim que ele, estando a caminho rumo a um combate na Apúlia teve uma experiência mediúnica reveladora: ouviu uma voz, “a voz do seu anjo protetor”, que lhe pedia para que abandonasse as armas e retornasse para sua terra natal a fim de que cumprisse a sua missão espiritual de ser um fiel representante de Jesus na terra e espalhasse o amor e a paz para a humanidade.

O jovem Francisco não titubeou. Naquele momento decidiu deixar a tropa e por esse motivo foi preso passando assim, longos meses de sofrimento no cárcere. Quando livre, retornou ao seio de sua família bastante enfermo e debilitado. Sua mãe o cuidava com carinho e zelo, mas Francisco não reagia. Permanecia inerte em seu leito e pouco se alimentava. Em verdade, aquele fora para ele o momento mais especial em sua vida, pois, enquanto seu corpo físico adormecia, o seu espírito se iluminava cada vez mais. Até que, em uma bela manhã de primavera, quando as flores cobriam os verdes campos de Assis ele despertou como o sol dourado enchendo de luz e vida a natureza.


















Francisco tornou-se amigo dos pássaros e sempre era visto em jardins a dialogar com eles, que surpreendentemente os rodeava entoando belos e suaves cânticos de alegria. Um certo dia, enquanto passeava pela cidade tomou-se de compaixão por um ancião pobre e leproso abandonado e a ele entregou como forma de ajuda todas as suas moedas que levava. Sentiu como era bom ser gentil e decidiu viver uma vida de caridade.

Em suas visões, Francisco foi convidado para reconstruir uma velha igreja e para isso ele empregou parte do recurso que possuía. Sabendo disso, o Sr. Pietro, que andava descontente com a nova vida do filho o levou a praça pública e diante de um padre e uma multidão de curiosos afoitos acusou-o de loucura rogando em voz alta pela sua excomunhão.

Naquele dia, ante aquelas testemunhas Francisco jurou amor a Deus. Renunciou a todos os seus bens materiais entregando ao pai até as roupas do corpo e seguiu para viver a exemplo de Jesus: ao lado dos pobres e enfermos anunciando para todas as palavras do seu evangelho redentor.


Francisco de Assis ficou conhecido pela sua história de amor, fé e humildade como o “Apóstolo da Pobreza” e hoje ele é um dos grandes símbolos da paz de toda a humanidade. Sua vida também é lembrada com a sua notável e bela oração da Paz.


















Oração da paz de Francisco de Assis

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.


Carlos Pereira

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