quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Chuva



















Folhas secas, terra ardente,
Calores. Desolação.
Mas a chuva vem do céu
Trazendo consolação.

Toda semente que é boa,
Entre júbilos germina,
É a bela fecundação
Da natureza divina.

As árvores ganham forças,
Alimpa-se a atmosfera,
A verdura em toda parte
Tem cantos da primavera.

Às cidades, como aos campos,
Aos ninhos, à sementeira,
O pombo níveo da paz
Traz o ramo da oliveira.

Sopra o vento brando e amigo,
Em vagas cariciosas,
Levando a mensagem doce
Que nasce do odor das rosas.

A chuva que cai do alto
É benção que se derrama...
Na flor é orvalho celeste,
No pó do chão faz a lama.

Assim, também, os ensinos,
Que nos dão verdade e luz,
São a chuva generosa
Da inspiração de Jesus.

Cai sobre todos. No amor
É raio de perfeição,
Mas no pó da ignorância
É falsa compreensão.

Deus, porém, que é Pai Bondoso
Entre as leis universais,
Faz com que a lama produza
Sementes, flores, trigais.


Eis a razão pela qual
Nossa indigência produz:
Inda mesmo em nossas sombras,
O evangelho é sempre luz.


Casimiro Cunha


Do livro Cartilha da Natureza, de Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Casimiro Cunha.

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