Folhas secas, terra ardente,
Calores. Desolação.
Mas a chuva vem do céu
Trazendo consolação.
Toda semente que é boa,
Entre júbilos germina,
É a bela fecundação
Da natureza divina.
As árvores ganham forças,
Alimpa-se a atmosfera,
A verdura em toda parte
Tem cantos da primavera.
Às cidades, como aos campos,
Aos ninhos, à sementeira,
O pombo níveo da paz
Traz o ramo da oliveira.
Sopra o vento brando e amigo,
Em vagas cariciosas,
Levando a mensagem doce
Que nasce do odor das rosas.
A chuva que cai do alto
É benção que se derrama...
Na flor é orvalho celeste,
No pó do chão faz a lama.
Assim, também, os ensinos,
Que nos dão verdade e luz,
São a chuva generosa
Da inspiração de Jesus.
Cai sobre todos. No amor
É raio de perfeição,
Mas no pó da ignorância
É falsa compreensão.
Deus, porém, que é Pai Bondoso
Entre as leis universais,
Faz com que a lama produza
Sementes, flores, trigais.
Eis a razão pela qual
Nossa indigência produz:
Inda mesmo em nossas sombras,
O evangelho é sempre luz.
Casimiro Cunha
Do livro Cartilha da Natureza, de Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Casimiro Cunha.
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