quinta-feira, 15 de agosto de 2019

A Reforma Íntima: Como Conhecer a si mesmo



Experimente descrever alguém que você conhece bem. Suas qualidades e seus defeitos. E agora tente fazer isso com você mesmo. Você já reparou que na maioria das vezes temos mais facilidade de descrever o outro, que a nós mesmos? Por que será que isso acontece? Será que costumamos a refletir sobre nós mesmos? Como estamos agindo nas diversas ocasiões de nossa vida? Será que temos algo a melhorar?

Em verdade isso ocorre porque reparamos muito nos outros e em suas atitudes, julgamos e damos palpites sobre a vida alheia, mas pensamos pouquinho nas nossas próprias atitudes, no que temos de bom e de ruim. Conhecemos bem outras pessoas, mas pouco a respeito de nossa personalidade.

O autoconhecimento é a forma de trilharmos o caminho contrário do que costumamos fazer. É buscarmos antes de tudo conhecer os nossos pontos positivos e também as nossas fraquezas. Em O Livro dos Espíritos, questão 919, Kardec pergunta qual é o meio prático mais seguro que o homem tem para se melhorar nessa vida e resistir à atração do mal. A resposta é bem clara: "Conhece-te a ti mesmo", como já nos disse Sócrates, muito tempo antes da vinda de Jesus. Portanto, o autoconhecimento serve para que consigamos ser a cada dia melhores.

Mas, de que forma o conhecimento de nós mesmos nos ajuda a melhorarmos como pessoa? É que quando nos analisamos como pessoa, acabamos por descobrir em nós características negativas que necessitam serem combatidas e melhoradas. Vale ressaltar que isso tem que ser feito com muita sinceridade e vontade de mudança. O autoconhecimento é o caminho para realizarmos a nossa "reforma íntima". Exemplo: Antônio não se conhece bem e nem percebe que, na verdade, é uma pessoa egoísta. Após entender que é preciso se conhecer para se tornar uma pessoa melhor, ele passa a se observar e a pensar sobre suas atitudes. Logo percebe que, em várias situações, pensou só em si mesmo, deixando os interesses das outras pessoas para trás. Terminará por notar que isso tem por resultado afastar os outros e deixá-lo infeliz. Refletindo sobre seu modo de ser, Antônio tentará se tornar uma pessoa menos egoísta.

Ainda em O Livro dos Espíritos, na questão 919, A, Santo Agostinho nos dá instruções muito sábias a esse respeito. Ao deitarmos para dormir, gastemos um tempinho fazendo um balanço do dia. Em quais situações agimos bem? Em que erramos? Ofendemos alguém? Fizemos algo que vai contra as leis de Deus? Fomos bons conosco mesmos? A partir das respostas, obteremos a paz da consciência tranquila, ou perceberemos em que não estamos bem e precisamos progredir.

Para sabermos, com segurança, se nossas atitudes são certas ou não, basta que pensemos no que acharíamos, caso elas tivessem sido feitas por outra pessoa. O que achamos errado que os outros façam não pode se tornar certo, só porque quem está fazendo somos nós.

Entretanto, ao olhar para dentro de nós, é importante sabermos que não só encontraremos apenas defeitos. Nós temos também muitas qualidades, que são virtudes que devem ser cultivadas e expandidas. Cada pessoa é um ser único, com qualidades positivas e dificuldades. Ninguém é igual a ninguém, nem em aspectos positivos, nem em negativos. Ao nos conhecermos, veremos que somos bons em muita coisa e que temos potenciais imensos para progredirmos, o que nos faz seres dignos de amor e respeito. Se sabemos quem verdadeiramente somos, gostamos mais de nós mesmos, temos mais paciência conosco e sabemos buscar a correção de nossas falhas.

Por Carlos Pereira

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