sexta-feira, 3 de abril de 2020

Princípio Espiritual



A existência do princípio espiritual, é um fato que, por assim dizer, não precisa de demonstração do mesmo modo que o da existência do princípio material. É uma verdade que se afirma pelos seus efeitos, como a matéria pelos que lhes são próprios.

De acordo com este princípio: "todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente".

Ninguém há que não faça distinção entre o movimento mecânico de um sino que o vento agite, e o movimento desse mesmo sino para dar um sinal, um aviso, atestando só por isso, que obedece a um pensamento, a uma intenção. Ora, não podendo a ninguém a ideia de atribuir pensamento à matéria do sino, tem-se de concluir que o move, uma inteligência à qual ele serve de instrumento para que ela se manifeste.

Pela mesma razão, ninguém terá a ideia de atribuir pensamentos ao corpo de um morto. Sê, pois, vivo, o homem pensa, é que há nele algo que não há quando está morto. A diferença que existe entre ele e o sino é que a inteligência que faz com que este se mova, está fora dele, ao passo que está no homem a que faz que este obre.

O princípio espiritual é corolário da existência de Deus. Princípio Espiritual

Sem esse princípio Deus não teria razão de ser, visto que não se poderia conceber a soberana Inteligência a reinar pela eternidade a fora, unicamente sobre a matéria bruta, como não se poderia conceber que um monarca terreno, durante toda a sua vida, reinasse exclusivamente sobre pedras.

Como também não se conceberia um monarca que tivesse criado um reino maravilhoso de vida vegetal e animal, somente para seu deleite. E Deus criou O HOMEM, para ser o coadjuvante de sua obra.

Não se poderia conceber um Deus soberanamente justo e bom, a criar a seres inteligentes e sensíveis, para lançá-los ao nada, após alguns dias de sofrimento sem compensações, e a recrear-se na contemplação dessa sucessão indefinida de seres que nascem, alguns sem que hajam pedido. Pensam por um instante apenas e se extinguem para sempre, ao cabo de efêmera existência. Sem a sobrevivência do ser pensante, os sofrimentos da vida seriam da parte de Deus uma crueldade sem objetivo.

É inata no homem, a ideia da perpetuidade do ser espiritual; essa ideia acha-se nele em estado de intuição e de aspiração.

O homem compreende que só aí está a compensação às misérias da vida. À ideia e a força do raciocínio, o Espiritismo junta a sanção dos fatos, a prova material da existência do ser espiritual, da sua sobrevivência, da sua imortalidade e da sua individualidade. Mostra o ser inteligente a atuar fora da matéria, quer depois, quer durante a vida do corpo.

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