Que a Mão Esquerda não saiba o que dá a Mão Direita

Fazer o bem sem ostentação

Fazer o bem e sair alardeando para todo o povo nada mais é que vaidade. É o desejo de despertar no outro comentário do tipo “Veja como ele é bondoso”. E o sujeito se envaidece por possuir tal fama. Este ato caridoso nada mais é que uma farsa. Não é um sentimento genuíno de amor, muito pelo contrário. Já a pessoa verdadeiramente fraterna não está preocupada na divulgação de sua bondade. Deseja fazer o bem, pelo prazer que isso proporciona. E o bem estar sentido é uma coisa íntima que só diz respeito a ela própria e a Deus, o único capaz de enxergar nossa sinceridade. E que ao fazê-lo, poderá nos conceder um dia a graça de uma vida de eterna felicidade. Por isso dizer-se que a mão esquerda não saiba o que a direita, ou seja, faça o bem despreocupadamente. A bondade é um segredo seu e do Senhor.

Convidar os pobres e estropiados

Disse Jesus “Quando fizerdes uma festa, não convideis os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados”. Mas o que tais palavras significam verdadeiramente? Significa que Deus lhe deu a vida e talentos com os quais aprendeu a ganhar dinheiro. Ao agradecer, não conceda só aos parentes e amigos o privilégio de se beneficiar da graça alcançada. Vá além. Pratique a fraternidade, ajudando a quem precisa.

A caridade material e caridade moral

Se tua moral for guiada pelas leis de Deus, praticarás a caridade, não só dando afeto aos necessitados, como também oferecendo subsídios materiais para que o outro tenha a vida facilitada. Desta forma, o empresário pagaria um salário mais justo ao seu empregado. Doaria tijolos para a construção de uma casa. Doaria cobertores para aqueles que têm frio. Compraria alimentos para matar a fome. Pois como disse Jesus: “Somos todos irmãos”.

A beneficência

A beneficência é o hábito virtuoso de fazer o bem. Enche seu peito de alegria, pois tem o poder de espantar os remorsos que eventualmente poderia ter. O bem radiante afugenta o sofrimento, pois liberar o amor trás como paga a gratidão, muitas vezes manifestada por atitudes de afeto sincero. Agrada a Deus nos trazendo paz de espírito.

A piedade

A piedade é uma virtude que nos aproxima dos anjos. É irmã da caridade, que nos conduz a Deus. É a simpatia entristecida que sentimos pelos desvalidos. Simpatia que nos impulsiona agir. Mobiliza-nos para que arregacemos as mangas para ir à luta e ajudar ao próximo.

Os órfãos

Não podemos nos esquecer que os órfãos são nossos irmãos. Cuidemos deles, pois isso nos fará enorme bem.

Benefícios pagos com a ingratidão

Se você faz o bem e como recompensa recebe a ingratidão, não se importe com isso. O que vale mais: agradar a Deus ou aos homens? Pois, se deixar de fazer o bem só porque as pessoas não lhe foram gratas, estará agindo egoisticamente. Aí, sim, desagradará ao Senhor. Portanto, persevere. Continue caminhando pela trilha da benemerência fraterna pelo bem que isso lhe traz, não se importando com a reação egoística dos homens. Não se esqueça de que estamos num processo de evolução, e nossa meta é para no futuro atingirmos a perfeição, alcançando a eterna felicidade que nos leva ao Criador. E diante do horizonte tão deslumbrante, a ingratidão se torna mesquinha. Algo para ser esquecido.

O Evangelho segundo o Espiritismo - Para infância e juventude (A partir de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec) Vol. 2, Giovanni Feliz.