quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trabalhar com Alegria


















José Antonio era o seu nome. Mas todos o chamavam de Zequinha.

Zequinha, que logo completaria oito anos, era um menino bom, porém tinha um hábito muito feio: não conseguia fazer nada sem reclamar.

A mãe, com muita paciência, tentava fazer com que o filho entendesse a necessidade de modificar seu comportamento, sem grande resultado.

Como eram espíritas, os pais se preocupavam com as atitudes de Zequinha, percebendo que, se continuasse assim, teria muitos problemas no futuro.

Um dia, a mãe lhe disse:

— Zequinha, sei que você gosta de brincar, o que é natural, pois é uma criança. Porém, todos nós precisamos colaborar, dando a nossa contribuição para o bem-estar da família. Jesus fica triste quando não estamos satisfeitos, pois na existência temos muito a agradecer a Deus, nosso Pai. Nada nos falta. Por isso, é preciso manter o otimismo e a alegria de viver nas atividades de cada dia, meu filho.

— Entendeu, meu filho?

— Entendi, mamãe.

O menino prometeu que procuraria ser diferente daquele dia em diante.

No dia seguinte, depois que Zequinha voltou da escola, a mãe deu-lhe uma tarefa: comprar sabão no supermercado da esquina, pois havia terminado. O garoto saiu resmungando.

Depois, a mãezinha pediu-lhe que arrumasse a mesa para o almoço. De má vontade, Zequinha obedeceu.

Não podendo sair, a mãe pediu-lhe o favor de levar o irmão menor para a escola. Mais tarde, deu-lhe a incumbência de enxugar a louça e varrer o quintal. Sempre reclamando, Zequinha obedeceu.

À noite, na hora do Evangelho no Lar, a mãe perguntou se Zequinha tinha cumprido todas as suas obrigações daquele dia.

— Sim, mamãe. Fiz tudo o que a senhora mandou. Jesus deve estar contente comigo hoje.

A senhora balançou a cabeça, afirmando:

— Não, meu filho. Ainda falta alguma coisa.

Zequinha pensou... pensou... pensou... mas não conseguiu descobrir o que era que tinha deixado de fazer.

— Ora, mamãe, a senhora deve estar enganada. Executei todas as tarefas que me foram pedidas.

E, contando nos dedos, relacionou todas as atividades do dia:

— Fui à escola, ao supermercado, arrumei a mesa para o almoço, levei meu irmãozinho para a pré-escola, varri o quintal e enxuguei a louça. Puxa! Trabalhei o dia inteiro! — reclamou o menino, descontente.

— Mas ainda falta uma coisa, meu filho.

— Qual, mamãe?

— Se você fez tudo o que lhe foi pedido, ainda falta ter executado as tarefas com alegria.

Somente então Zequinha lembrou-se do que havia prometido no dia anterior.

Abaixou a cabeça, reconhecendo que a mãe tinha razão.

Com ternura, ela acariciou seus cabelos, e disse:

— Não tem importância, meu filho. Amanhã será um outro dia. Deus nos concederá novas oportunidades para que possamos nos corrigir, praticando o que aprendemos.


Célia Xavier de Camargo

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