quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Mendigo que já foi Rei















Era sábado pela manhã e a aula de evangelização na Casa Espírita Amor e Caridade começava. Tia Mara acomodou os meninos em semicírculo e iniciou a sua fala:

- Hoje o assunto é a reencarnação. – disse ela, fazendo uma pausa para observar a turminha atenta a ouvi-la e prosseguiu - Nós vamos aprender com a historinha que eu vou contar, a razão pela qual necessitamos nascer e renascer por diversas vezes.

É a história de Joaquim, e ela se chama “O Mendigo que já foi Rei”.

Era uma vez, um mendigo que vivia muito só...

Levava nas mãos uma pequena cuia, onde recolhia as poucas moedas que recebia quando esmolava e carregava em suas costas uma mochila velha e suja pela poeira dos caminhos por onde andava. O seu nome era Joaquim.

Joaquim chamava atenção das pessoas que passavam na praça onde ficava por uma característica incomum aos demais pedintes daquele lugar: a educação e cordialidade. A todos que se aproximava ele cumprimentava com um bom dia e uma boa tarde, quando não, mesmo com todas as suas dificuldades, esboçava um sorriso e aceno a quem o admirava.

Um dia passava por ali um homem que ao vê-lo, compadeceu-se e aproximou-se dando inicio naquele momento um breve diálogo:

- Bom dia jovem ! – disse Joaquim ao vê-lo se aproximar – que belo dia, não?! –continuou ele com entusiasmo – vai ajudar a esse pobre homem que tem fome e nada tem para se saciar ?

O homem então, apresentou-se dizendo:

- Bom dia ! Muito prazer, me chamo André – disse ele colocando na cuia do mendigo algumas moedas.

- Deus lhe pague meu irmão, me chamo Joaquim. – agradeceu ele ao rapaz, que, impressionado com os seus modos despediu-se e saiu pensativo.

Algo de soberano emanava do fundo d’alma daquele homem.

De onde vinha aquela educação tão refinada ?

Joaquim, o mendigo, ficara órfão muito cedo, aos três anos de idade e foi recolhido em um abrigo de crianças desamparadas. Aos dez anos passou a viver nas ruas e não freqüentou mais a escola. Por vontade própria foi ser engraxate e assim, passou grande parte de sua vida trabalhando para sobreviver com o pouco que tinha. Agora, já velho e cansado, vivia da caridade daquela gente. Dormia ao relento, passava fome e frio.

Qual seria a resposta para esse “mistério” do mendigo Joaquim ? Afinal, de onde vinha a sua educação e modos tão requintados ?

A resposta não estava nessa vida, mas em sua vida passada em que fora um homem nobre, da mais alta realeza. Rei Lourenço, ele se chamava. Tirano, seus súditos escravizou. A sua riqueza não fez servir senão a satisfação pessoal. Quando desencarnou, deixou todos os seus bens para o filho, seu sucessor.

Como assim mal procedeu, Deus concedeu-lhe uma nova oportunidade ao renascer mendigo para aprender com essa vida a sublime lição do amor ao próximo e da humildade.

Tia Mara concluiu a história explicando a turminha que a reencarnação é uma lei natural, que tem como objetivo a nossa evolução espiritual.


Carlos Pereira

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