Zequinha tinha sete anos e era um menino muito afetuoso e educado.
Ele morava numa casinha humilde, bem pertinho de um sítio onde Seu Zeca, o seu pai, trabalhava cuidando de um enorme pomar. Lá podiam-se ver árvores verdinhas que, cada qual a seu tempo, dava frutos em fartura os quais, depois de cuidadosamente colhidos por ele eram levados para serem vendidos na feira da cidade.
Quando não estudava, Zequinha gostava muito de ajudar o Seu Zeca no pomar. Ele alegrava-se ao ver os cestos cheinhos de frutas que colhia junto com o seu pai e era também lá no sítio que brincava com os seus dois amiguinhos, o Pablo e a Aninha. Pablo tinha nove anos e Aninha tinha apenas seis. Eles eram filhos de Seu Florêncio e Dona Laurinda, os proprietários daquele sítio.
Naquele dia, enquanto colhia algumas peras, Seu Zeca observava a brincadeira dos meninos quando notou que o Zequinha, afastou-se da turminha um tanto cabisbaixo. Já no finalzinho da tarde, logo que a brincadeira havia acabado, Zequinha aproximou-se de seu pai que concluía o serviço e preparava-se para deixar o sítio para retornarem juntos de volta ao lar.
- Pronto filho ! – disse ele – Vamos logo que a mamãe nos espera.
- Vamos papai. – respondeu ele, ainda cabisbaixo.
Preocupado com o filho, Seu Zeca quis saber o motivo da tristeza do menino. Olhou-o um tanto curioso e perguntou:
- Zequinha, por que essa tristeza ?
- Sabe papai... é o Pablo. – queixou-se o menino - Ele não me trata como a Aninha. Muitas vezes, ele não quer nem que eu participe das brincadeiras.
- Por quê ? Você fez algo que o tenha aborrecido ?
- Não papai, muito pelo contrário – negou o garoto, melancólico - sempre o trato muito bem, assim também como trato a Aninha. – Continuou o Zequinha com as queixas: – Ele me chama de pobretão, não quer que eu pegue nos seus brinquedos e vive fazendo piadinhas pesadas a meu respeito. A Aninha não faz assim comigo. Por que, Papai ?
Seu Zeca era um homem sábio. Naquele momento ele fitou uma pereira carregadinha de frutos, chamou o filho e falou com muita serenidade :
- Olhe meu filho ! Observe aquela árvore... - apontou ele resoluto para o vistoso vegetal – é uma pereira, por isso, sempre dará peras, mesmo que você não aprecie esse fruto. Assim também é com a macieira, ela só produzirá sempre maçãs. Agora repare em você: é um menino bom, educado e prestativo. Essas são as suas qualidades, os seus frutos serão sempre os da bondade.
Naquele instante os olhos de Zequinha encheram-se de renovada alegria. Ele ouvia com entusiasmo as palavras do pai, que continuava os seus ensinamentos:
- Seja paciente com o Pablo e procure observar nele também as suas qualidades. Toda árvore tem os seus próprios frutos, mas ela também nos oferece a sua sombra para o descanso, e isso não é bom ? – perguntou Seu Zeca, recolhendo aos poucos os seus instrumentos de trabalho.
- Sim papai. – assentiu o menino feliz, ajudando-o com as suas ferramentas.
- Então filho, ouça o que diz o seu pai e distribua sempre os seus frutos de amor e bondade a todos, sem qualquer distinção. – concluiu ele.
Zequinha jamais esqueceu-se daquelas palavras. Aqueles ensinamentos ficaram guardados com ele para o resto de sua vida.
Carlos Pereira
Ele morava numa casinha humilde, bem pertinho de um sítio onde Seu Zeca, o seu pai, trabalhava cuidando de um enorme pomar. Lá podiam-se ver árvores verdinhas que, cada qual a seu tempo, dava frutos em fartura os quais, depois de cuidadosamente colhidos por ele eram levados para serem vendidos na feira da cidade.
Quando não estudava, Zequinha gostava muito de ajudar o Seu Zeca no pomar. Ele alegrava-se ao ver os cestos cheinhos de frutas que colhia junto com o seu pai e era também lá no sítio que brincava com os seus dois amiguinhos, o Pablo e a Aninha. Pablo tinha nove anos e Aninha tinha apenas seis. Eles eram filhos de Seu Florêncio e Dona Laurinda, os proprietários daquele sítio.
Naquele dia, enquanto colhia algumas peras, Seu Zeca observava a brincadeira dos meninos quando notou que o Zequinha, afastou-se da turminha um tanto cabisbaixo. Já no finalzinho da tarde, logo que a brincadeira havia acabado, Zequinha aproximou-se de seu pai que concluía o serviço e preparava-se para deixar o sítio para retornarem juntos de volta ao lar.
- Pronto filho ! – disse ele – Vamos logo que a mamãe nos espera.
- Vamos papai. – respondeu ele, ainda cabisbaixo.
Preocupado com o filho, Seu Zeca quis saber o motivo da tristeza do menino. Olhou-o um tanto curioso e perguntou:
- Zequinha, por que essa tristeza ?
- Sabe papai... é o Pablo. – queixou-se o menino - Ele não me trata como a Aninha. Muitas vezes, ele não quer nem que eu participe das brincadeiras.
- Por quê ? Você fez algo que o tenha aborrecido ?
- Não papai, muito pelo contrário – negou o garoto, melancólico - sempre o trato muito bem, assim também como trato a Aninha. – Continuou o Zequinha com as queixas: – Ele me chama de pobretão, não quer que eu pegue nos seus brinquedos e vive fazendo piadinhas pesadas a meu respeito. A Aninha não faz assim comigo. Por que, Papai ?
Seu Zeca era um homem sábio. Naquele momento ele fitou uma pereira carregadinha de frutos, chamou o filho e falou com muita serenidade :
- Olhe meu filho ! Observe aquela árvore... - apontou ele resoluto para o vistoso vegetal – é uma pereira, por isso, sempre dará peras, mesmo que você não aprecie esse fruto. Assim também é com a macieira, ela só produzirá sempre maçãs. Agora repare em você: é um menino bom, educado e prestativo. Essas são as suas qualidades, os seus frutos serão sempre os da bondade.
Naquele instante os olhos de Zequinha encheram-se de renovada alegria. Ele ouvia com entusiasmo as palavras do pai, que continuava os seus ensinamentos:
- Seja paciente com o Pablo e procure observar nele também as suas qualidades. Toda árvore tem os seus próprios frutos, mas ela também nos oferece a sua sombra para o descanso, e isso não é bom ? – perguntou Seu Zeca, recolhendo aos poucos os seus instrumentos de trabalho.
- Sim papai. – assentiu o menino feliz, ajudando-o com as suas ferramentas.
- Então filho, ouça o que diz o seu pai e distribua sempre os seus frutos de amor e bondade a todos, sem qualquer distinção. – concluiu ele.
Zequinha jamais esqueceu-se daquelas palavras. Aqueles ensinamentos ficaram guardados com ele para o resto de sua vida.
Carlos Pereira
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