quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Natal















Natal! Grande bolo à mesa.
A árvore linda em festa.
O brilho da noite empresta;
Regozijo ao coração...

É como se a Natureza
Trouxesse Belém de novo
Para os júbilos do povo
Em doce fulguração.

Tudo é bênção que se enflora,
De envolta na melodia
Da luminosa alegria
Que te beija e segue além...

Mas se reparas, lá fora,
O quadro que tumultua,
Verás quem passa na rua
Sem ânimo e sem ninguém.

Contemplarás pequeninos
De faces agoniadas,
Pobres mães desesperadas,
Doentes em chaga e dor...

E, ajudando aos peregrinos
Da esperança quase morta,
Talvez enxergues à porta
O Mestre pedindo amor.

É sim!... É Jesus que volta
Entre os pedestres sem nome,
Dando pão a quem tem fome,
Luz às trevas, roupa aos nus!
Anjo dos Céus sem escolta,
Embora a expressão serena,
Tem nas mãos com que te acena
Os tristes sinais da cruz.

Natal! Reparte o carinho
Que te envolve a noite santa
Veste, alimenta e levanta
O companheiro a chorar.

E, na glória do caminho
Dos teus gestos redentores,
Recorda por onde fores
Que o Cristo nasceu sem lar.


Irene S. Pinto

Do livro Antologia Mediúnica do Natal, de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário