sábado, 11 de dezembro de 2010

O Pedido de Natal


















A cidade estava enfeitada de luzes... Era dezembro, aproximava-se o Natal.

De muito longe, ouviam-se cânticos de louvores ao menino Jesus. A humanidade exultava-se entoando hinos de rara beleza e as ruas ficavam lotadas de pessoas que corriam de um lado para o outro a procura de presentes para ofertar aos amigos e familiares, naquele dia todo especial.

Em meio ao alvoroço daquela noite fria, estava Pepito, menininho pobre que morava nas ruas, triste, de pés descalços, sentado ao batente de uma enorme escadaria com uma pequena caixinha que ele mesmo improvisara nas mãos para guardar as pouquíssimas moedas que, vez por outra, eram lhe ofertadas como esmola.

Pepito juntava aqueles donativos para ajudar a mãezinha que estava deveras adoentada. Como toda criancinha da sua idade, sonhava com o Papai Noel, mas, naquele natal o que mais desejava era ver a sua mãe boa.

Ouvia um coral que ensaiava uma linda canção que dizia:

- Noite feliz!, Noite feliz... É Natal, nasceu Jesus!

Pepito conhecia a história de Jesus, pois sua mãe sempre lhe contava... Sabia que Ele era um Homem muito bom e que curava os doentes. Sabia também que Jesus já não estava fisicamente entre nós, mas que podia conversar com Ele através da oração.

Naquele mesmo instante, juntou as mãozinhas pequeninas, ergueu os olhos ao céu e murmurou baixinho:

- Senhor Jesus! Sou uma criança pobre e não tenho nada nessa vida... Somente tenho a minha mãezinha. Faça se possível que nesse Natal ela fique boazinha! Eu te juro Senhor Jesus, que se isso acontecer, vou ser a criança mais feliz que existe nesse mundo!

O seu coraçãozinho iluminou-se e ficou cheio de esperanças. Levantou-se e bastante apressado correu em direção ao viaduto, sob o qual vivia precariamente com a sua mãe. A pressa foi tamanha que esbarrou-se com um homem que caminhava pelo local e no impacto as suas moedas espalharam-se ao chão.

- Desculpe-me moço! – disse ele encabulado catando as pratinhas.

Era um homem muito simpático, de meia idade e que trajava um jaleco branco, tão alvinho que os seus olhos chegaram a doer.

Assustado o homem educadamente quis saber:

- O que ouve menino ? Porque tanta pressa? Por acaso andou fazendo algo de errado?

- Não senhor!, Deus me livre! – respondeu ofegante. – É que estou juntando moedas para ajudar a minha mãe que está doente e tem muita febre. Acabei de falar com Jesus e pedi a Ele o meu presente de natal.

- E o que você pediu a Jesus? – perguntou o homem risonho.

- Que nesse natal a minha mãe ficasse boa. - respondeu Pepito ainda esfuziante.

O homem sorriu e encantou-se com a pureza daquela criança. Fez um leve afago em sua cabeça e falou:

- Acho que Jesus acabou de atender ao seu pedido. Me leve até a sua mãe, pois sou um médico e vou ajudá-la no que for preciso.

Pepito alegrou-se com o que ouvira. Sem perder tempo levou-o até a sua mãe que estava deitada sobre um papelão e lá mesmo ela recebeu os primeiros cuidados médicos. Depois aquele homem a encaminhou a um hospital ali perto, onde ela recebeu atendimento, medicamento e alimentação gratuita.

Passaram-se alguns dias, até que chegou o natal. A sua mãe já estava completamente curada. Pepito e ela juntos agradeceram a Jesus com uma nova oração e resolveram voltar ao hospital para agradecer e desejar de perto um feliz natal àquele médico tão generoso.

Para a surpresa dos dois ninguém lá o conhecia e jamais tinha ouvido falar daquela alma tão caridosa.

- Foi um anjo que passou em nossa vida. – disse ela a Pepito.

- Sim mãezinha- completou ele, bastante emocionado - foi Jesus que atendeu ao meu pedido de natal.


Carlos Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário