Em razão de problemas na empresa, Paulo, pai de Carolina, precisava viajar. Iria para um país distante onde permaneceria durante alguns dias.
A menina, de sete anos, reclamou inconformada:
— Você vai viajar “justamente” agora, na época do Natal, papai?!...
— Lamento, minha filha, mas não posso deixar de ir. Também estou triste, mas prometo a você voltar antes do Natal.
Acostumada a ter tudo o que desejava, a garota perguntou, interesseira:
— E o meu presente, como fica?
O pai sorriu, cheio de paciência e respondeu:
— Milha filha, já lhe expliquei que o Natal representa o nascimento de Jesus e nada tem a ver com presentes. Essa troca de objetos é apenas um costume social. Com o tempo você vai perceber que o que realmente importa não são as coisas materiais. Mesmo porque, se alguém deve ganhar presentes, com certeza é Jesus, o aniversariante!
A menina ouviu, fez que tinha entendido, mas continuou insistindo:
— Mas eu “vou” ganhar um presente, não é?
— Está bem. Quando eu voltar lhe trarei um lindo presente. Diga-me, Carolina, o que gostaria de ganhar?
A menina pensou um pouco e começou a falar:
— Quero um montão de coisas. Uma linda roupa, sapatos e brinquedos. Também quero chocolates e bombons deliciosos!
Paulo arregalou os olhos, surpreso:
— Não é muita coisa? Mas... está bem, filhinha, você merece. Trarei tudo o que deseja. Enquanto isso, seja boazinha e obedeça à mamãe.
Carolina prometeu. Pegaram as bagagens e foram para o aeroporto. Após as despedidas, voltaram para casa. A mãe, Estela, estava triste por separar-se do esposo, mas Carolina estava radiante. Só pensava nos presentes que iria ganhar quando o pai retornasse.
Entrando na residência confortável e bem decorada, a menina sentiu que a casa estava sem graça e vazia sem a presença do pai.
Algumas horas depois chegou a notícia através da televisão. A aeronave havia caído numa região montanhosa, no meio de densa floresta, sem ter chegado ao seu destino.
O local, de difícil acesso, dificultaria as buscas. O avião ainda não fora localizado, e não se sabia se existiam sobreviventes. Foram horas terríveis para as famílias dos passageiros e tripulantes, sem saber o que acontecera com seus entes queridos.
No dia seguinte, um helicóptero que sobrevoava a área encontrou o avião. O resgate dos sobreviventes foi iniciado com grandes dificuldades. As notícias que vinham através da imprensa não eram boas.
Cheia de dor e ansiedade, Estela e sua filha aguardavam informações mais precisas.
Carolina lembrava-se da última conversa que tivera com o pai, dos presentes que pedira.
Erguendo os olhos para o Alto, a menina orava, suplicando:
— Querido Jesus! Deixe que meu paizinho volte são e salvo para nossa casa. Eu pedi muitos presentes, mas agora nada mais importa. Só quero o meu papai de volta.
Três dias depois, logo cedo, batem à porta. É véspera de Natal.
Carolina vai abrir e — oh! surpresa! — vê a figura do pai à sua frente.
Joga-se nos braços dele, feliz:
— Papai! Você voltou! Mamãe e eu estávamos preocupadas com você. As notícias...
— Eu sei, filhinha. Agradeço a Deus poder voltar para casa com saúde. Passamos momentos muito difíceis em que pensei não fosse sobreviver. Felizmente, todos se salvaram. E então, aqui estou eu! Só perdi as bagagens.
Paulo estava com a cabeça enfaixada, tinha um braço engessado, mas sentia-se feliz e emocionado. Estela, que estava na cozinha, ao ouvir a voz do marido correu a abraçá-lo, chorando de alegria, sem poder acreditar em tamanha felicidade.
Depois, tranqüilos, sentaram-se para conversar. Paulo contou como tinha sido o desastre.
— Graças às árvores, que amorteceram a queda, estamos todos vivos.
E concluiu, dizendo:
— Filhinha, só não consegui trazer-lhe os presentes que prometi.
Carolina pulou nos braços do pai, com os olhos úmidos de pranto.
— Não tem importância, papai. Descobri que você é o meu melhor presente. Sem sua presença, nossa vida não teria sentido.
O pai abriu os braços e um largo sorriso brincalhão iluminou seu rosto:
— Então, seu presente chegou! Feliz Natal, Carolina!
— Feliz Natal, papai!
E naquela noite, em torno de uma mesa, quando todos comemoravam o nascimento de Jesus, a ouvir de longe os cânticos natalinos que soavam, a pequena família agradeceu ao Senhor a bênção de estarem juntos.
Carolina amadurecera, passando a valorizar e a entender melhor os laços familiares, o amor que existia entre eles e também o espírito natalino.
Célia Xavier de Camargo
A menina, de sete anos, reclamou inconformada:
— Você vai viajar “justamente” agora, na época do Natal, papai?!...
— Lamento, minha filha, mas não posso deixar de ir. Também estou triste, mas prometo a você voltar antes do Natal.
Acostumada a ter tudo o que desejava, a garota perguntou, interesseira:
— E o meu presente, como fica?
O pai sorriu, cheio de paciência e respondeu:
— Milha filha, já lhe expliquei que o Natal representa o nascimento de Jesus e nada tem a ver com presentes. Essa troca de objetos é apenas um costume social. Com o tempo você vai perceber que o que realmente importa não são as coisas materiais. Mesmo porque, se alguém deve ganhar presentes, com certeza é Jesus, o aniversariante!
A menina ouviu, fez que tinha entendido, mas continuou insistindo:
— Mas eu “vou” ganhar um presente, não é?
— Está bem. Quando eu voltar lhe trarei um lindo presente. Diga-me, Carolina, o que gostaria de ganhar?
A menina pensou um pouco e começou a falar:
— Quero um montão de coisas. Uma linda roupa, sapatos e brinquedos. Também quero chocolates e bombons deliciosos!
Paulo arregalou os olhos, surpreso:
— Não é muita coisa? Mas... está bem, filhinha, você merece. Trarei tudo o que deseja. Enquanto isso, seja boazinha e obedeça à mamãe.
Carolina prometeu. Pegaram as bagagens e foram para o aeroporto. Após as despedidas, voltaram para casa. A mãe, Estela, estava triste por separar-se do esposo, mas Carolina estava radiante. Só pensava nos presentes que iria ganhar quando o pai retornasse.
Entrando na residência confortável e bem decorada, a menina sentiu que a casa estava sem graça e vazia sem a presença do pai.
Algumas horas depois chegou a notícia através da televisão. A aeronave havia caído numa região montanhosa, no meio de densa floresta, sem ter chegado ao seu destino.
O local, de difícil acesso, dificultaria as buscas. O avião ainda não fora localizado, e não se sabia se existiam sobreviventes. Foram horas terríveis para as famílias dos passageiros e tripulantes, sem saber o que acontecera com seus entes queridos.
No dia seguinte, um helicóptero que sobrevoava a área encontrou o avião. O resgate dos sobreviventes foi iniciado com grandes dificuldades. As notícias que vinham através da imprensa não eram boas.
Cheia de dor e ansiedade, Estela e sua filha aguardavam informações mais precisas.
Carolina lembrava-se da última conversa que tivera com o pai, dos presentes que pedira.
Erguendo os olhos para o Alto, a menina orava, suplicando:
— Querido Jesus! Deixe que meu paizinho volte são e salvo para nossa casa. Eu pedi muitos presentes, mas agora nada mais importa. Só quero o meu papai de volta.
Três dias depois, logo cedo, batem à porta. É véspera de Natal.
Carolina vai abrir e — oh! surpresa! — vê a figura do pai à sua frente.
Joga-se nos braços dele, feliz:
— Papai! Você voltou! Mamãe e eu estávamos preocupadas com você. As notícias...
— Eu sei, filhinha. Agradeço a Deus poder voltar para casa com saúde. Passamos momentos muito difíceis em que pensei não fosse sobreviver. Felizmente, todos se salvaram. E então, aqui estou eu! Só perdi as bagagens.
Paulo estava com a cabeça enfaixada, tinha um braço engessado, mas sentia-se feliz e emocionado. Estela, que estava na cozinha, ao ouvir a voz do marido correu a abraçá-lo, chorando de alegria, sem poder acreditar em tamanha felicidade.
Depois, tranqüilos, sentaram-se para conversar. Paulo contou como tinha sido o desastre.
— Graças às árvores, que amorteceram a queda, estamos todos vivos.
E concluiu, dizendo:
— Filhinha, só não consegui trazer-lhe os presentes que prometi.
Carolina pulou nos braços do pai, com os olhos úmidos de pranto.
— Não tem importância, papai. Descobri que você é o meu melhor presente. Sem sua presença, nossa vida não teria sentido.
O pai abriu os braços e um largo sorriso brincalhão iluminou seu rosto:
— Então, seu presente chegou! Feliz Natal, Carolina!
— Feliz Natal, papai!
E naquela noite, em torno de uma mesa, quando todos comemoravam o nascimento de Jesus, a ouvir de longe os cânticos natalinos que soavam, a pequena família agradeceu ao Senhor a bênção de estarem juntos.
Carolina amadurecera, passando a valorizar e a entender melhor os laços familiares, o amor que existia entre eles e também o espírito natalino.
Célia Xavier de Camargo
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