domingo, 28 de dezembro de 2025

A Estrelinha que Aprendeu a Brilhar

 


No alto do céu, onde as nuvens parecem algodão e o vento canta baixinho, vivia uma pequena estrela chamada Lúmina. Ela era a menorzinha de todas, tão tímida que quase não brilhava. Enquanto as outras estrelas iluminavam viajantes, inspiravam poetas e guiavam sonhos, Lúmina achava que não tinha importância nenhuma.

Certa noite, aproximando-se o Natal na Terra, um grupo de espíritos bondosos se reuniu para observar os corações humanos. Eles viram pessoas correndo, comprando presentes, enfeitando casas… mas também notaram que muitos estavam tristes, solitários ou esquecidos do verdadeiro sentido daquela data tão especial.

— Precisamos lembrar a eles que o Natal é luz, é amor, é renovação — disse um dos espíritos.

Foi então que uma voz suave, cheia de ternura, ecoou pelo céu:

— Talvez uma pequena estrela possa ajudar.

Todos se voltaram. Era Jesus, irradiando uma paz tão grande que até o vento parou para ouvir.

Lúmina ficou surpresa.

— Eu? Mas… eu sou tão pequenininha. Meu brilho mal aparece.

Jesus sorriu para ela, como quem enxerga tesouros escondidos.

— Às vezes, a menor luz é a que mais toca o coração. Você aceita me ajudar?

Lúmina sentiu algo quente dentro dela, como se seu brilho estivesse despertando.

— Eu aceito!

E então Jesus explicou sua missão:

Ela deveria descer até a Terra e encontrar três crianças que estavam precisando lembrar do amor. Seu brilho, mesmo pequenino, poderia acender esperanças.

Primeira parada: João

João estava triste porque seus pais brigavam muito. Ele achava que o Natal não tinha mais graça.

Quando Lúmina apareceu na janela, seu brilho suave iluminou o quarto. João sentiu uma paz diferente, como se alguém o abraçasse por dentro. Ele fechou os olhos e ouviu uma ideia surgir em seu coração:

"Eu posso ajudar. Posso fazer um cartão para cada um dizendo que os amo."

E assim fez. Seus pais, emocionados, se abraçaram. A luz de Lúmina cresceu um pouquinho.

Segunda parada: Ana

Ana queria muitos presentes, mas não percebia que sua avó estava doente e precisava de carinho.

Lúmina pousou ao lado da cama da avó, iluminando o rosto cansado dela. Ana entrou no quarto e, ao ver aquela luz, sentiu vontade de segurar a mão da avó e cantar uma música de Natal. A avó sorriu, e Ana descobriu que aquele era o melhor presente que poderia dar.

Lúmina brilhou mais forte.

Terceira parada: Pedro

Pedro tinha perdido seu vôzinho e estava inconsolável.

A estrelinha se aproximou dele e deixou cair uma gotinha de luz — parecia uma lágrima brilhante. Pedro sentiu um calor no peito e lembrou que nada se perde no universo de Deus. Seu vôzinho estava vivo, só que em outro plano, feliz e sendo cuidado. 

Ele sorriu pela primeira vez em dias.

E Lúmina… ah, Lúmina brilhou como nunca!

O Retorno ao Céu

Quando voltou para o alto, Jesus a esperava.

— Viu como sua luz era importante? — disse Ele.

Lúmina percebeu que o brilho verdadeiro não vinha do tamanho, mas do amor que ela espalhava.

Jesus então falou às outras estrelas e espíritos:

— O Natal não é sobre coisas, mas sobre gestos. É quando cada coração decide acender sua própria luz para iluminar o mundo.

E desde aquele dia, todos dizem que, na noite de Natal, há sempre uma estrelinha pequenina brilhando mais do que todas.

É Lúmina, lembrando que o amor é a luz que nunca se apaga.

Glauco

Por Carlos Pereira

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