Juliana e seus pais haviam acabado
de fazer a reunião do Evangelho no Lar, realizada sempre aos domingos à noite.
Seria considerada uma pequena
reunião para quem notasse apenas a quantidade de pessoas presentes (somente o
casal e a filha) e o tempo de duração (menos de meia hora).
Mas era, na verdade, uma ocasião
de grande importância para a família.
Eles sempre oravam agradecendo a
Deus pelas bênçãos recebidas e pedindo proteção espiritual.
Liam também alguns trechos dos livros espíritas, sempre cheios de conhecimento.
Clara, a mãe de Juliana, fez a
prece do Pai Nosso, ao final do Evangelho no Lar.
A reunião estava encerrada. Mas a
menina ainda tinha uma pergunta e, assim que abriu os olhos, depois de orar,
foi logo dizendo:
— Mamãe, quando a gente fala “pai
nosso”, quer dizer todos os pais? O meu papai Otávio, o seu papai, vô João, o
vô Alberto, que já morreu, que era pai do papai, e mais todos os pais do mundo,
ou só os pais das pessoas que estão orando juntas?
Juliana era pequena, ainda estava
aprendendo muitas coisas. Por isso, Clara explicou com bastante carinho.
— Filhinha, cada bebezinho que
nasce aqui no planeta Terra vem de uma mãe e de um pai, que são pessoas, assim
como ele. A única diferença é que o pai já é adulto e o bebê ainda vai crescer
e ficar adulto só depois. Por isso, cada pessoa tem um pai diferente.
— E os irmãos? — perguntou
Juliana, muito esperta.
— Sim, Ju, tem razão, os irmãos
têm o mesmo pai. Muito bem! — respondeu a mãe, sorrindo. Mas, preste atenção no
que a mamãe vai explicar agora: - Como todas as pessoas foram criadas por Deus,
ou seja, todos nós viemos dEle, dissemos que Deus é nosso Pai. Ele não é uma
pessoa, como nós. Mas é nosso criador, assim como é criador de tudo que existe.
— Então, — continuou Clara — quando dizemos
“Pai Nosso”, no início da prece, estamos falando com Deus, que é o pai
espiritual de todos nós. Não com os papais aqui da Terra. Entendeu, querida?
Juliana pensou um pouquinho.
— Entendi! Mas... se é assim, eu
sou sua filha e também sua irmã? E irmã do papai, também? Irmã até do vovô? —
disse Juliana, rindo, achando graça.
— Perante Deus, sim, somos todos
irmãos! Que bom que você entendeu.
Clara, então, olhando no relógio,
falou:
— Agora, vamos tomar banho e
dormir cedo, porque amanhã você tem que ir para a escola.
— Mamãe, a gente tem que obedecer
a irmão e irmã, também, ou só ao pai e à mãe?
Juliana era esperta. Mas sua mãe
também era, e percebendo a brincadeira da menina, respondeu:
— Se é irmã, porque foi criada por
Deus, mas é também a mãe, porque foi dela que a criança nasceu aqui na Terra,
tem que obedecer sim! Portanto, já paro o banho, Juju!
Juliana riu, deu um beijinho em
sua mãe e obedeceu. Ela terminou bem o dia. Tinha aprendido um pouquinho mais.
Marcela Prada
Tema: Deus, Pai criador
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