sexta-feira, 5 de maio de 2023

A maledicência e a indulgência

 


 

 

 

 

 

 

 

A maledicência  é o ato que consiste em falar mal das pessoas. Maldizer significa destruir. A pessoa maledicente é maldosa. Se o coração do maledicente fosse puro, ele não teria nenhum prazer em discutir, pelo lado pior, os atos do seu irmão.  Ninguém ajuda condenando. Além disso, essa atividade desrespeita o dever primordial da caridade, e ainda demonstra que nosso tempo está sendo pessimamente empregado: afinal, ter tempo para falar mal dos outros significa ter tempo livre em excesso, que poderia ser empregado em atividades que edificassem o Bem.

Espalhar notícias falsas ou verdadeiras sobre a vida alheia, costume popularmente conhecido por fofoca, para muitos é um divertimento sem importância.  No entanto, esta prática que parece inofenciva, quando seguida da maledicência, pode destruir a reputação de alguém em segundos. A palavra nos foi dada para o crescimento, não para a destruição. Devemos  utilizá-la para o bem. Se o que ouvimos, não serve para a melhoria dos outros, ou para instrução de alguém, para que passar adiante? Sócrates dizia que toda e qualquer informação que nos chega deve passar criteriosamente pelos filtros da  VERDADE, BONDADE E UTILIDADE , para que possa posteriormente ser divulgada.

Falar mal dos outros é atividade altamente prejudicial, que  deve ser combatida imediatamente ao constatarmos que ela faz parte de nosso cotidiano. Não importa se os outros são nossos  conhecidos ou não;   se estão   longe ou perto ; se agiram   correta ou incorretamente:   simplesmente   não devemos alimentar nossas conversações com assuntos que somente dizem respeito à vida alheia. Se não for o caso de prestar algum auxílio, para nada de útil tal conversação servirá   e ainda poderá ser fonte de muitos males.

 Geralmente as condutas alheias que mais nos irritam são aquelas que não admitimos estar em nós mesmos. Se condenamos a hipocrisia alheia, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais. Se criticamos o relacionamento amoroso dos outros, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar. Tudo o que criticarmos no exterior, encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos como realmente somos. Significa que devemos analisar melhor e estudar ainda mais a área correspondente ao nosso mundo íntimo, pois todos nós temos más tendências a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar.

Jesus condenava a maledicência, e para nos advertir disse:" Por que vês o  argueiro   no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que tens no teu?  "Para nos ensinar, utilizou a imagem do argueiro e da trave como pontos principais de Sua pregação. O argueiro  é uma pequena partícula, um cisco, coisa sem importância, e, na alegoria , simboliza os defeitos que notamos na vida dos outros. Já a trave é uma grande viga de madeira usada   em   construções , que simboliza  os erros que cometemos e as imperfeições de nossa alma.   Somente quando reconhecermos nossas “traves”  ( isto é, perceber os vícios que limitam nossa marcha evolutiva ), é que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade, que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.

Devemos ser indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; e não julgar com severidade senão as nossas próprias ações . A indulgência não vê os defeitos dos outros, ou , se os vê, evita falar deles, divulgá-los.  Jamais se ocupa com os maus atos dos outros, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos , que na maioria das vezes, são dados de forma oculta, em particular. A indulgência  é uma prática da santa caridade, que bem poucas pessoas observam.  O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver apenas superficialmente os defeitos dos outros e esforçar-se por fazer que prevaleça nele o que há de bom e virtuoso.

Somente devemos comentar o defeito de alguém para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir (rebaixar ou caluniar). Pois, neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda  seja cumprido com todo o cuidado possível. Analisar para auxiliar, para corrigir, para educar, é valiosa contribuição para o progresso moral da humanidade. No entanto, a censura que alguém faça a outra pessoa deve ao mesmo tempo ser dirigida a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. Em outras palavras, antes de atribuir a alguém uma falta ou apontar algum erro, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

Evangelização Passatempo Espírita

 

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