A
inteligência pode ser definida como a capacidade de compreender, aprender e
adaptar-se ao meio. Por longos anos, e particularmente durante o século 20,
acreditava-se na existência de apenas uma inteligência, que seria a denominada
intelectual, encarregada da análise das coisas, dos cálculos, do conhecimento
generalizado e que, mediante testes bem elaborados ( testes de QI ) , podia ser
medida. No entanto, posteriormente, descobriram que existem outros tipos de
inteligência, tais como: inteligência linguística (habilidade para usar a linguagem para
convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias), inteligência musical ( habilidade para apreciar, compor ou
reproduzir uma peça musical), Inteligência espacial ( capacidade para perceber
o mundo visual e espacial de forma precisa), inteligência espiritual (
capacidade para compreensão do abstrato, particularmente quando se refere aos
valores da imortalidade da alma, da fé religiosa, da causalidade universal, do
bem, do amor...e entendimento para escolher o caminho que nos traz
autorrealização), entre outras.
Conseguir unificar as diversas inteligências num conjunto harmônico é um
desafio existencial.
Jesus é o
Espírito mais sábio que Deus mandou à Terra para servir de guia e modelo à
humanidade. O verdadeiro sábio não é
aquele que possui diversos tipos de inteligência e um amplo conhecimento
científico, mas sim o que, além dessas faculdades, adquiriu conhecimento
espiritual superior para educar o seu coração e compreender a vida, a fim de
transmiti-lo aos outros, sem qualquer ideia de superioridade, reconhecendo que
a luz de sua inteligência vem de Deus.
Um Espírito para ser perfeito precisa evoluir gradualmente: possuir
todas as qualidades morais (por exemplo: amor, respeito, paciência, fé, perdão etc...)
e saber aplicá-las; precisa também conhecer todas as ciências e todas as artes
e utilizá-las para o bem. Segundo o Espírito Emmanuel, " o sentimento e a
sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição
infinita".
O trabalho e
o estudo continuo são rotas inevitáveis na obra de elevação. O trabalho é o
serviço ao semelhante. O estudo é o ato de se investir na obtenção do conhecimento.
Através do trabalho, exerceremos a solidariedade e o amor ao próximo. Através
do estudo, aprenderemos a discernir o erro da verdade. Amor sem estudo é
comportamento unilateral, favorecendo, apenas, o coração, o sentimento, mas
retardando a ascensão para Deus. Estudo
sem amor constitui, quase sempre, experiência simplesmente intelectual, podendo
levar à presunção e à vaidade, ameaçando o aprendiz de queda ou fracasso. Enquanto o homem não houver desenvolvido o
senso moral, pode acontecer que se sirva da inteligência para a prática do mal.
A suprema
felicidade só é compartilhada pelos Espíritos perfeitos, ou seja, pelos
Espíritos puros, que não a conseguem senão depois de haverem progredido em
inteligência e moralidade. O progresso intelectual e o progresso moral
raramente marcham juntos, mas o que o Espírito não consegue em determinado
tempo, alcança em outro, de modo que os dois progressos acabam por atingir o
mesmo nível. Eis por que se veem muitas vezes homens inteligentes e instruídos
pouco adiantados moralmente, e vice-versa.
Na atualidade, não há como negar as notáveis conquistas da inteligência, responsáveis pela tecnologia e por todos os extraordinários benefícios da Ciência, tornando a vida na Terra mais confortável, com muitos males eliminados ou contornados, propiciando bem-estar, conforto e facilidades de todos os tipos. No entanto, não se pode desconhecer que esses instrumentos fabulosos de que se tem utilizado o conhecimento são também responsáveis por males incontáveis (1).
Referimo-nos
às armas ditas inteligentes com o seu
poder de destruição, às indústrias e
aos automóveis, que causam grandes danos ao meio ambiente e à saúde humana. Ao
lado das comunicações virtuais (via internet), utilizadas para espalhar
notícias falsas e para prática de crimes.
Se Deus, em
seus desígnios, nos fez nascer num meio onde pudemos desenvolver a nossa
inteligência, é que quer a utilize para o bem de todos. O dever natural de quem
sabe mais é ajudar quem sabe menos, e tornar-se responsável pelo meio onde
trabalha, auxiliando no entendimento e cooperando com o progresso. Pouco
importa para um homem culto a mais avançada técnica da atualidade, se ele não
souber introduzir dentro de si e dos outros o sentimento do amor. Não devemos ficar envaidecidos com a nossa
sabedoria, porque a inteligência tem limites no mundo em que habitamos. A
capacidade intelectual do homem terrestre é excessivamente reduzida, em face
dos elevados poderes da personalidade espiritual independente dos laços da
matéria. No entanto, ainda hoje, grande parte das criaturas guarda agradável
sensação de superioridade quando é detentora de vasta cultura e alto grau de
conhecimento.
A
inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem
empregada. Se todos os homens que a possuem se servissem dela para realizar a
vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a
Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tomam como instrumento de orgulho e
de perdição contra si mesmos, esquecendo-se de que ela foi concedida para a
prática do bem. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras
faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que
Deus pode retirar o que lhe concedeu.
Comentário (1): Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 21 de maio de 2013, em Milão, Itália. Fonte: Resenha Espírita Online. Janeiro de 2014. n° 101.
Evangelizaçao Passatempo Espírita
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