terça-feira, 5 de junho de 2018

Céu, Inferno e Umbral



O Espiritismo elucida que não existem lugares para sofrimentos eternos destinados aos Espíritos que erraram, e ensina que também não há regiões de pura contemplação para os bons.

As criaturas voltadas ao bem colaboram continuamente com a obra de Deus, desempenhando, entre outras tarefas, aquelas de soerguimento dos Espíritos comprometidos com as Leis Divinas, pois os Espíritos que se entregaram à prática do mal sofrem as suas consequências, e o seu sofrimento dura apenas até o momento em que se disponham à necessária reparação.

O Espiritismo esclarece que não existem céu e inferno localizados, como regiões fixas, onde as almas ou gozam de felicidade estática, contemplativa, ou sofrem dores e castigos eternos. Céu e inferno devem ser considerados como estados da alma, resultantes, na verdade, do comportamento íntimo de cada um.

Assim, sente-se no Céu, em qualquer local onde se encontre, o Espírito que tem a consciência tranquila do dever cumprido, de ter empenhado seus esforços no sentido de praticar todo o bem que esteve ao seu alcance, de ter procurado sempre aprimorar-se espiritualmente. Esse Espírito, além da paz vivida intimamente, constrói verdadeiros núcleos de felicidade, de alegria, de trabalho e de progresso, juntamente com outros que pensam, sentem e agem do mesmo modo, reunidos que são pela lei de afinidade.

Igualmente, sente-se no Inferno o Espírito que agiu contrariamente às Leis Divinas: aquele que viveu o egoísmo, a brutalidade, a ganância, o ódio, a inveja, o ciúme, a perseguição, a maledicência e tantas outras situações contrárias ao que ensina o Evangelho. Aonde quer que vá, mesmo ainda encarnada, essa criatura estará vivendo verdadeiros tormentos íntimos, decorrentes do mal praticado. O seu estado de sofrimento independe do local onde se encontre, pois carrega o inferno dentro de si. Ao desencarnar, a lei de afinidade faz com que as criaturas voltadas ao mal se reúnam, criando, elas próprias, verdadeiros núcleos infernais onde umas impõem sofrimentos as outras.

A Justiça Divina nos possibilita, a qualquer momento, imprimir novo rumo à nossa vida. Nada é eterno, senão o Bem. Emmanuel nos diz que "Permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual que depende de nós." E mais, "O céu começará sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um.

Alguém já ouviu falar em UMBRAL? Seria este lugar, o inferno?

Não. O Umbral é um plano espiritual de sofrimento, que começa já na crosta terrestre, mas que não foi criado por Deus para essa finalidade. É um núcleo formado pelo agrupamento de Espíritos em desequilíbrio no espaço espiritual do planeta. As emanações mentais de Espíritos que guardavam remorso, orgulho, egoísmo, ódio, mágoa, revolta, preguiça e outros sentimentos negativos foram, aos poucos, criando e mantendo o Umbral. Ora, se ele é formado de vibrações mentais produzidas por Espíritos que estão em estado negativo de consciência, a sua existência é condicionada à permanência desses Espíritos comprometidos com as Leis Divinas. Tão logo não haja mais ninguém nessa condição, ele desaparecerá. Logo, entendemos que o Umbral, embora apresente condições de sofrimento verdadeiramente infernais, não tem a característica de eternidade.

Concluímos, então, que existem planos espirituais onde imperam a tristeza, a maldade, o sofrimento, mas que não são lugares criados para sofrimento ou resgate de culpas. São agrupamentos onde se reúnem, por afinidade, Espíritos comprometidos com o mal.

Fonte: Evangelização Seara do Mestre

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