Segundo a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, não há nenhuma espécie de culto a simbologias ou ritos. Por outro lado, para as sociedades, em grande parte marcadas na história pela vida de Cristo, o modus de vida se dá anualmente pelo calendário cristão, que demarca momentos de reflexão e pausa para amar ao próximo, como o Natal e a Páscoa.
Para a Doutrina Espírita, o verdadeiro espírita se reconhece "pela sua transformação moral e pelos esforços que empreende em domar suas más inclinações" (KARDEC, em O Evangelho Segundo o Espiritismo). É neste sentido, então, que se dá a compreensão de Páscoa: a busca pela Reforma Íntima, burilando o lado do homem velho que há dentro de cada um, para renascer um homem novo.
O sentido de renovação da Páscoa para os cristãos espíritas se concretiza na renovação de si mesmo, na melhoria íntima e evolução espiritual, sendo esta a única forma de transformação das relações humanas e da vivência mundana, levando-nos a atingir a verdadeira felicidade, através da Lei Divina da Evolução, à qual todos estamos fadados a seguir. Os símbolos do coelho, dos ovinhos de páscoa, o vinho, o peixe, são, à luz da Doutrina, apenas formas concretas e materializadas encontradas pelo homem para representar o seu desejo de vida, de renovação, de resignação e fé em Deus, nosso pai, e Cristo, nosso irmão, modelo e mestre.
No entanto, se essa foi uma forma que a humanidade encontrou de fazer uma pausa para reflexão acerca da moral de Jesus e de amar aos seus semelhantes... Pois que todos os dias possam ser de Páscoa e todas as religiões a preguem com a santidade que o seu verdadeiro significado merece. E sobretudo, que todo indivíduo, filho de Deus que é, possa corresponder às oportunidades da reencarnação e de cada dia que lhe é concebido para transformar-se num homem novo, buscando compreender e seguir a moral cristã que nos foi ensinada pessoalmente por nosso irmão maior, concretizando-se em sua Lei de Amor. Que desta forma todos possam receber nesta época, como em todas as outras, muita luz e muita paz de Jesus Cristo e de nosso Pai Celestial.
Daniele Rabello
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