quarta-feira, 3 de abril de 2013

Lua Nova



Quando as cortinas do entardecer deslizavam por sobre o horizonte, tentei parar o tempo para ouvir o canto da natureza.
Aqui; bem perto da minha janela, divisava as nuvens num balé de graciosos movimentos denunciando o ritual para receber a lua nova.

Deixei-me ficar contemplando os arbustos, ao sopro divinal, como a espargir a névoa generosa iniciando o gotejamento redentor nas gramíneas e nas árvores frutíferas
do meu recanto de paz. Extasiado, quase extático, suspirava profundamente sobre tudo que emana do Criador. Pássaros trinavam suas canções... Em bandos..., buscavam o
recolhimento nos arbustos, que-, silenciosamente os acolhia por entre as folhas que ainda retinham os últimos raios da tarde que se ia...

Apoiando o queixo sobre as mãos sobrepostas sentia os cotovelos apoiar-me confortavelmente convidando-me a profundas reflexões.

Ao Buscar-te por entre as folhas da figueira; Suspirei intensamente ao ver Teu Manso Olhar;
Ao sentir tua voz fez-me repleto de esperança;
Ao libertares Lázaro teu amor resplandeceu;
Ao por do sol Tu estavas ensinando aos Teus
Ao sentir o ribombar do meu coração, Tu me amparavas.

Nesse monólogo -, ao som da bicharada, sentia vontade de um dedo de prosa com Deus...

Sentia-me fora do meu corpo a buscar-te por entre as folhas que se uniam,
formando ninhos aconchegantes para acomodar as aves que enfeitavam o céu.
Alguns momentos; havia um vazio em meus pensamentos, eu apenas suspirava...,
suspirava e suspirava; num preito de amor homenageando o silêncio.

Uma voz falava-me carinhosamente aproveitando o silêncio do poeta, que apenas emanava de suas entranhas o gosto pela vida, o deleite gracioso do abraço do entardecer
na esperança de contemplar a lua nova...

Fonte: Contos pela Paz


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