segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alimento para a Alma














Olá crianças!

Assim como o nosso corpo físico necessita do alimento material para o seu sustento e manutenção, a nossa alma carece também do alimento espiritual. O bom livro, aquele que nos traz ensinamentos edificantes, é sempre a receita certa para a nossa evolução como seres espirituais que somos.

Vejamos um fato narrado nessa historinha psicografada pelo médium Chico Xavier, que descreve um momento real da vida de Allan Kardec e ilustra a importância que tem o bom livro para o nosso crescimento espiritual:


















Há um século e meio

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.

Fazia frio.

Muito embora a promissora venda de livros, escasseava dinheiro para a gigantesca obra que os Espíritos Superiores lhe havia designado.

A pressão de perseguidores do Espiritismo aumentava.

Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.

Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, a doce Gaby, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

O professor abriu o embrulho que continha um livro e uma carta singela; e leu:

Sr. Allan Kardec: Respeitoso abraço.

Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento à Humanidade, pois tenho fortes razões para isto:

Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em casa desta capital.

Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antonieta partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.

Meu desespero foi indescritível, julgando-me ao desamparo extremo.

Sem confiança em Deus e vivendo com as dúvidas aflitivas deste século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade.

A prova da separação vencera-me, e eu não passava de trapo humano.

Faltava ao trabalho e meu chefe ameaçava-me com a dispensa.

Minhas forças fugiram. Namorava diversas vezes o rio Sena e acabei planejando o suicídio.

“Seria fácil, não sei nadar” — pensava. Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente… E ao fixar a mão para atirar-me, toquei um objeto, algo molhado que deslocou da amurada.

Surpreendido, distingui um livro que o orvalho molhara.

Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontespício, entre irritado e curioso: “Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito”.

Assinado: A. Laurent

Por minha vez, li a obra — “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” — que me trouxe as luzes necessárias para eu declarar:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação”.

Assinado: Joseph Perrier

Kardec, conchegando o livro ao peito, raciocina, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.

Era precioso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sofrimento, o sacrifício e desconhecer as pedradas…

Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhos.

O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retornar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima…

Hilário Silva (Espírito)

Chico Xavier (Médium)





















O bom livro abre-nos o caminho da sabedoria e do amor.

É muito importante a leitura junto a nossa família das obras básicas do espiritismo, assim também como os livros espíritas destinados a fase da infância.

Mas, se você amiguinho, não é espírita e não se permite a leitura das obras do espiritismo, não importa. Busque a leitura de um livro que lhe faça sentir bem e lhe traga bons sentimentos, assim você estará fortalecendo a sua alma.

E agora? Vamos cultivar esse valoroso alimento em nossa vida?

Carlos Pereira

Uma homenagem ao mês comemorativo dos 154 anos da publicação de "O Livro dos Espíritos".

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