É preciso
não confundir instrução com educação. A educação abrange a instrução, mas pode
haver instrução desacompanhada de educação.
A instrução
é mais especialmente a aprendizagem da ciência, a educação é a aprendizagem da
vida; a instrução desenvolve o talento, a educação forma o caráter. A missão da
educação é mais elevada, mais difícil a sua arte.
Instruir é
ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos
científicos. Educar é desenvolver os poderes do espírito, não só pela aquisição
do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.
O
intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta ter coração, é
preciso ter bom coração,” disse Hilário Ribeiro, educador emérito, nascido no
Brasil no séc.XIX.
Todos os
problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela
educação podem ser solucionados.
Demasiada
importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal:
a ciência do bem.
Os pais
geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir,
deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais
carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão
fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de
tudo, e acima de tudo, os pais devem cuidar da educação moral dos filhos, delegando
a cada um a escolha da profissão, como um dos componentes necessários à sua
caminhada evolutiva.
A crise que assoberba o mundo é a crise do caráter, responsável por todas as outras.
O momento
reclama a ação de homens éticos, honestos, escrupulosos, possuídos do espírito
de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
Temos vivido
sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador,
proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos
sentimentos.
“É pela Educação, mais do que pela Instrução que se transformará a Humanidade.”
Allan Kardec
Claudia Werdine
Nenhum comentário:
Postar um comentário