sábado, 14 de junho de 2014

Antonio de Lisboa e Pádua



Antonio de Lisboa e Pádua nasceu em Lisboa, Portugal em 15 de agosto de 1195 (data oficial pelos historiadores) e faleceu aos 36 anos, em Pádua, Itália em 13 de junho de 1231. Fernando Martins de Bulhões e Taviera Azevedo era seu nome de batismo; filho de Martins Bulhões e Dona Maria Teresa de Azevedo, cristãos fervorosos, conviveu ao lado dos pais num ambiente cheio de caridade e devoção, presenciou desde a sua infância a prática diária de obras de misericórdia e orações em família.

Ainda pequenino, com oito anos, seus pais o deixaram aos cuidados dos clérigos da Catedral vizinha a sua casa para que lhe ensinassem as sagradas escrituras. Ao atingir a idade escolar, foi enviado à Catedral de Lisboa, onde aprendeu a ler e escrever, basicamente em latim. Lá também estudou os textos sagrados, orou com frequência e cantou no coro da Catedral da Sé, o que fez com que crescesse nele uma fé forte e inabalável, entregando a sua vida por completo a Deus.

Em sua juventude, no ano de 1210, foi frade agostiniano (da Ordem de Santo Agostinho), no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, onde foi entregue aos cuidados do mestre dos noviços, D. Gonçalo Mendes e ali permaneceu por quase dois anos. Nessa fase, passou por severas provações comuns à adolescência, em que seus companheiros e amigos o visitavam, com conversações que lhe tirava a paz e o equilíbrio espiritual. Por tudo isso, ele decidiu deixar a sua cidade natal transferindo-se para o Mosteiro de Santa Cruz, na cidade de Coimbra (na época capital de Portugal).

Como Cônego da Ordem de S. Agostinho, recebeu o título de “Dom”, abreviatura de “Dominus”, que significa “Senhor”, em português. Em 1219, ele conheceu de perto a Ordem dos Franciscanos (de São Francisco de Assis), quando recebeu no Mosteiro um grupo desses frades, que lá foram em busca de esmola. D. Fernando impressionou-se com seus hábitos simples, pés descalços e muita pobreza, mas acima de tudo muita alegria, devoção ao Evangelho e desejo de doar-se completamente a Cristo; decidiu então acompanhá-los até o Mosteiro de Santo Antão dos Olivais, onde viviam os franciscanos.

Acompanhou de perto o martírio de muitos desses franciscanos, quando viajavam pregando o Evangelho até mesmo para os mulçumanos e assim determinou-se a viver como eles: “Eu também quero ser missionário. Eu também quero ser mártir e derramar meu sangue por Jesus. Eu quero pregar o Evangelho aos povos pagãos, não vou ficar aqui, parado, entre quatro paredes”, e então, em 1221, numa cerimônia simples, mas num momento muito especial em sua vida ingressou na Ordem dos Franciscanos.

Foi necessário, porém, a troca do seu nome agostiniano de D. Fernando, para Frei e ele em homenagem ao Santo eremita egípcio, Santo Antão, escolheu ser chamado de Frei Antonio, acrescentando como de costume, o nome da sua cidade natal. Assim, passou a ser chamado de Frei Antonio de Lisboa, acolhendo-se ao Convento dos Olivais.

Foi breve a sua estada nos Olivais, e em junho de 1220 transferiu-se para o Mosteiro de Santo Antão, donde partiu acompanhado de Frei Felipe para o continente africano, mais especificamente a Marrocos em missão evangelizadora, antes drasticamente interrompida pelos seus companheiros franciscanos que foram decapitados pelos mulçumanos, naquela mesma cidade africana. Primeiro seguiram de Coimbra, em direção a Lisboa, a pé, sustentando-se de esmolas e hospedando-se em lugares que lhes eram oferecidos pelo caminho e depois embarcaram juntos em um navio de mercadores com destino a Marrocos.

Foram muitas as suas missões, e no período de 1227 a 1230, Frei Antonio de Lisboa peregrinou por inúmeras cidades na Itália e em algumas delas até hoje ainda se comentam do brilho de seus sermões, que encantava multidões. Nessa época a sua saúde encontrava-se já bastante comprometida e em 13 de junho de 1231, numa sexta-feira ao desfalecer por um mal estar foi conduzido ainda com vida, numa carroça, conforme o seu desejo pessoal, para o eremitério de Santa Maria, em Pádua onde desencarnou.

Antonio de Lisboa foi professor de Teologia e grande pregador, recebeu o título de “Doutor da Igreja” e é considerado por muitos católicos um grande “taumaturgo”, sendo o Santo canonizado em menor tempo pela igreja católica, devido aos seus grandiosos dons mediúnicos e dedicada vida cristã.

Essas são algumas frases extraídas dos “Sermões de Frei Antonio de Lisboa e Pádua”:

“Amar a Deus e ao próximo, é a única forma de amor, porque Deus é amor. É a lei do amor que nos manda amar a Deus com todo o coração e, ao próximo, como a nós mesmos. Deves amar a ti mesmo, no bem e por Deus, e a mesma coisa deves fazer pelo teu próximo, por cada pessoa, pois não existe pessoa com quem se deva agir mal”.

“...Não basta oferecer com a mão, é preciso dar também o afeto do coração. Não existe verdadeira caridade, se cuidarmos do corpo de nossos irmãos, mas não cuidarmos da sua alma”.

“O Filho saiu de Deus para que tu saísses do mundo, e veio para junto de ti, afim de tu ires junto d’Ele.”


Carlos Pereira

Referência:
Santo Antonio – Uma Vida só de Amor”, Antonio Jorge Moreira Garrido.

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